Professor Gabby Sarusi mostra seu teste de coronavírus Foto:Reprodução/Facebook/Universidade Ben Gurion |
Pesquisadores israelenses desenvolvem teste rápido que pode facilitar a vida de viajantes em aeroportos e cruzeiros marítimos.
Um teste rápido de
apenas um minuto, que detecta a presença do novo coronavírus pela respiração,
surge como esperança para viajantes em aeroportos ou para o retorno de
funcionários a empresas. Criado por pesquisadores da Universidade Ben-Gurion,
em Israel, e respaldado pelo Ministério da Defesa, o bafômetro foi avaliado em
120 pessoas e obteve êxito em mais de 90% dos casos.
O
professor Gabby Sarusi, que coordenou a pesquisa, enumera ao G1 suas principais vantagens em relação ao PCR, já
disponível no mercado que coleta, por uma espécie de cotonete, amostras da
garganta ou do nariz: a precisão, a rapidez e o custo. O valor é estimado em 50
dólares e o resultado, imediato.
O
novo método eletro-ótico é composto de um kit de 7 centímetros acoplado a uma
cápsula que contém um chip eletrônico com milhares de sensores, capazes
detectar o novo coronavírus.
“Se iluminarmos este chip com um tipo de radiação sem o vírus, teremos
um tipo de resposta a uma radiação eletromagnética. Mas se há vírus no chip,
obtemos uma diferente resposta”, explica Sarusi, vice-diretor de pesquisa da
Escola de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Ben-Gurion (BGU).
O
chip é colocado dentro de um sistema conectado à nuvem, que faz backup
automático dos resultados em um banco de dados, que pode ser acessado por
autoridades para rastrear o percurso do vírus. Não é preciso transportar ou
manusear o material.
Sarusi
calcula que dentro de um mês e meio o novo método possa ser submetido à Food
and Drugs Administration (FDA), a agência americana de controle de alimentos e
medicamentos. Paralelamente, a universidade desenvolve o desenho e o protótipo
para o equipamento.
Aprovado, poderá chegar ao mercado em outubro
ou novembro, prevê o pesquisador. O objetivo é que o teste possa detectar o
vírus no paciente, apenas poucas horas após ser infectado. O PCR é mais
demorado, pode levar dias para fornecer os resultados. A ideia é instalar o
sistema em aeroportos, perto dos postos de controle, cruzeiros marítimos ou na
entrada de empresas.
“O passageiro sopra o bafômetro e,
enquanto recolhe sua mala no raio-X, tem o resultado e pode viajar
tranquilamente, se está livre do novo coronavírus”. Enquanto isso não acontece,
as soluções são demoradas. Reino Unido e Espanha, por exemplo, cogitam ordenar
quarentena de 14 dias a cada viajante que cruzar suas fronteiras.