MÃES POLICIAIS CIVIS DO MARANHÃO. A DETERMINAÇÃO DELAS ENTRE A FARDA E A MATERNIDADE

sexta-feira, maio 07, 2021


Logo após uma operação, prisão, investigação ou da abertura de um inquérito na intenção de oferecer respostas a sociedade, elas voltam para suas casas para exercer uma segunda missão, provavelmente a mais linda e importante de suas vidas, que é de ser mãe. Nessa matéria especial em homenagem aos Dia das Mães vamos enfatizar que ser mãe e policial civil no Maranhão ou em qualquer parte do Brasil simultaneamente não é uma tarefa fácil, pois além da farda existem corações que batem fora do peito, os filhos.

Já de início, ingressar no serviço policial é uma decisão importante, sobretudo para as mulheres que são ou sonham em se tornar mães. A atividade de risco, a rotina imprevisível e a política de lotação para policiais recém ingressos na profissão, que não sabem em que local do estado vão trabalhar, estão entre os principais receios das policiais civis.

Ser policial não é tarefa nada simples, tampouco o de ser mãe. Quando o desafio é duplo, só mulheres fortes de verdade conseguem desempenhar essa missão com bravura e amor. Uma maratona de tarefas que incluem o preparo do alimento, o banho, o carinho, além do auxílio nas atividades escolares e tantas outras responsabilidades.

Vamos apresentar a vocês leitores, os relatos da escrivã Vanêssa Oliveira, da delegada Karla Simone e da investigadora Mariana Martins, que são as provas de mulheres de fibra, que trabalham duramente enfrentando grandes desafios e medos para dar respostas a sociedade, mas que se derretem ao ouvir um “mamãe, eu te amo”.

Tente imaginar a seguinte situação. E quando o sonho de ser mãe vem junto com a realização de um projeto pessoal, neste caso, a carreira na Polícia Civil? Os sonhos se misturam. É o caso da escrivã Vanêssa Oliveira. “Há 11 anos eu ingressava na Academia de Polícia Civil do Estado do Maranhão com 8 semanas de gestação. Desde o início da minha vida policial, desfruto das duas maiores experiências que Deus me abençoou: ser mãe e profissional”.

Escrivã Vanêssa Oliveira

“Apesar das adversidades diárias enfrentadas no início da carreira, face à ausência da minha presença física, nunca passei um único dia sem me comunicar virtualmente com minhas filhas. Meu consolo e incentivo sempre veio delas e da rede de apoio familiar que possuo, pois sempre me incentivaram a continuar, honrar e cumprir com dedicação a missão profissional que abracei”.

“Sempre me fiz presente em todos momentos da vida das mesmas. Não há nada mais prazeroso do que nossos encontros diários, mesmo após um exaustivo dia laboral. Estar na presença delas me revigora, me fazendo sentir orgulhosa da mulher, mãe e profissional que me tornei, mormente no que concerne ao exemplo que deixo às mesmas de que com Deus e com comprometimento da missão que se abraça, somos mulheres, somos fortes, somos capazes de superar e vencer todas adversidades impostas”, destacou a Vanêssa.

Delegada Karla Simone.

Os desafios são muitos, mas as policiais civis garantem que as vocações se completam e que resultado é gratificante. “Aos 25 anos me tornei delegada, com o sonho de ser mãe, mas somente 16 anos depois Heitor chegou em minha vida. Ser mãe envolve amor extremo, culpas, alegrias, medos, enfim, uma infinidade de sentimentos intensos e contraditórios”, enfatizou a delegada Karla Simone.

“Conciliar a maternidade com vida profissional, atribuições como dona de casa, vida pessoal e autocuidados envolve um grande malabarismo, mas tenho a sorte e o privilégio de ter pessoas que me ajudam nessa missão, tornando meus dias mais leves”.

“Ser mãe me fez mais forte e ao mesmo tempo mais sensível. Trabalho intensamente todos os dias, para que possamos ter um mundo melhor, mas no final de cada um desses dias, depois de ouvir “mamãe eu te amo”, durmo com meu coração tranquilo e com um sentimento imenso de gratidão a Deus por ter me dado esse presente”, finalizou a delegada.

Para a investigadora Mariana Martins, os medos, os anseios e as questões de distanciamento por conta da profissão, nunca foram motivos para desistir de sua carreira, e sim de persistir em prol de um futuro melhor para a filha. “Em 2009 realizei um sonho, o de ser policial civil. Comecei minha carreira como investigadora, na cidade de Imperatriz. Depois trabalhei em Pedreiras e atualmente estou lotada em Caxias. Em 2014 me tornei mãe de uma menina, Catharina, e nessa nova fase, o modo de ver a vida mudou! A responsabilidade da gente parece que aumenta. Tanto na profissão, uma vez que a gente quer, de alguma forma, ajudar a melhorar o mundo para nossos pequenos, como na própria maneira de dar educação para eles, já que lidamos todos os dias com o que há de pior nos seres humanos, queremos ensinar para nossos filhos, como se tornarem mulheres e homens bons”, disse Mariana Martins.

Investigadora Mariana Martins

“Em Dezembro de 2020, fiz um curso para entrar no GPE – Grupo de Pronto Emprego, curso no qual dos 30 alunos, eu era a única mulher. Nesse período, precisei ficar 23 dias longe da minha pequena. Muito doloroso ficar longe, mas ao final de cada dia, ouvi-la dizer ao telefone “mamãe, eu te amo”, me dava força para superar o cansaço e os desafios. Ela tem muito orgulho da profissão da mãe dela. Quero mostrar para ela que ela pode ser o que ela quiser, que pode superar todos os obstáculos por mais difíceis que pareçam ser”, relatou a investigadora.

Os relatos dessas mães comprovam que ser mãe Policial Civil é o dom de lidar com a sensibilidade, mas com força e destreza. É manter o equilíbrio entre a serenidade e a bravura. É a coragem de colocar a própria vida em risco para elucidar casos, na esperança de voltar para casa e abraçar os filhos. Elas vivem um leque de sentimentos e lutam para manter a parcialidade dos dois pesos da balança.

Parabéns a todas as mães da Policia Civil do Estado do Maranhão!!!!

Por: Anselmo Oliveira
ASCOM-PCMA