Mais jovens com COVID-19 nas UTIs; aponta pesquisa da rede privada de saúde

segunda-feira, abril 19, 2021

 Coordenação das Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais da Rede Americas divulga o perfil etário do paciente COVID-19, nos últimos três meses 

Rio de Janeiro (RJ), abril de 2021 - A Rede Americas, braço médico-hospitalar do United Health Group Brasil, levantou o perfil do paciente COVID-19 em suas 18 unidades divididas entre as regiões Sudeste, Centro-Oeste, além do Norte e o Nordeste do país. O estudo comprovou um aumento de mais jovens graves nas Unidades de Terapia Intensiva do grupo, caso do Rio de Janeiro, com um salto 5.3%, em janeiro, para 14.7%, no mês de março, na faixa etária dos 18 aos 44 anos. Também chama a atenção, na capital Fluminense, as pessoas de meia idade (45 a 64 anos de vida) com aumento de 18% para 42%. Em São Paulo, no grupo dos 18 aos 44 anos, há um aumento de 17% para 19% e, de 37% para 45%, nos acometidos pela doença entre 45 e os 64 anos de vida. 

 

Victor Cravo, coordenador nacional das Unidades de Terapia Intensiva da Rede Americas, analisa os dados e faz um comparativo com os meses de novembro e dezembro em que era percebido um aumento da gravidade predominantemente nos mais idosos. “Hoje, são os adultos jovens e de meia idade, que estão cada vez mais presentes nas nossas UTIs, o que pode ser atribuído ao relaxamento nas medidas de prevenção, como o distanciamento social, aumento das aglomerações e a redução quanto ao uso de máscaras, tão necessários enquanto não há vacina para todos”, avalia o especialista. 

 

Outra preocupação é a ausência de comorbidades nessa população jovem, que vem agravando devido à COVID-19. “Ainda há muito a ser pesquisado com relação aos problemas desencadeados pelo novo coronavírus, mas essa gravidade pode estar diretamente relacionada à carga viral mais alta somada à grande exposição, o que resultaria em uma capacidade menor de resposta do organismo dessa população”, observa Cravo.  

 

O estudo também traz um panorama do aumento de adultos nas unidades do Distrito Federal, Norte e do Nordeste do país, com uma escalada de 12% para 17,3%, entre as pessoas dos 18 aos 44 anos e uma queda naquelas pertencentes ao grupo dos 45 aos 64 anos de vida: de 42,2% para 35,2% nessa faixa de idade.  

 

Um dado positivo é a redução dos octogenários na maioria das UTIs do grupo, o que já pode ser considerado um reflexo da vacinação nessa faixa de idade (queda de 46% para 36%). “Por outro lado, no Nordeste e Distrito Federal, especificamente, ainda há aumento desse público na faixa etária dos 80 anos (de 8,4%para 13.3%)”, diz. 

 

Idade mediana por região 

 

As idades medianas dominantes nas UTIs da Rede Americas mais prevalentes estão em 69 anos, no Rio de Janeiro; 58 anos em São Paulo e, no Norte, Nordeste e Distrito Federal, entre os 63 anos. “ Os dados novamente nos levam a reforçar a importância da vacina, ainda que exista a nova variante em circulação no país, pois essa faixa etária começou a ser vacinada neste momento e ainda levará um tempo para podermos avaliar a redução da internação desse público”, finaliza o especialista responsável pelo estudo. 

 

Com hospitais de referência, a exemplo do Samaritano (SP e RJ), Pró-Cardíaco (RJ), Santa Joana Recife (PE), Monte Kinikum (CE) e Alvorada Brasília (DF), a rede Americas conta com a expertise do atendimento em rede para os diversos casos da alta complexidade com integração entre as unidades – o que auxilia nos bons resultados no manejo da nova doença, que requer longa permanência em UTIs em situações de maior gravidade. A rede conta com uma das maiores experiências da América Latina, no uso da tecnologia de Oxigenação Extracorpórea por Membrana Artifical (ECMO) nos hospitais que integram o complexo Americas Medical City (Vitória e Samaritano Barra), Pró-Cardíaco e Samaritano Paulista.