A médica pediátrica Lúcia Regina Mendonça Bastos foi condenada a 12 anos, sete meses e 20 dias de reclusão por ter mandado matar o marido, o empresário George Siqueira de Sousa, o "Geo", em 19 de julho de 2011, na cidade de Itapecuru-Mirim
A juíza Edeuly Maia Silva, titular da 3ª Vara de Itapecuru-Mirim,
presidiu um julgamento pelo Tribunal do Júri na comarca na última semana. A
sessão teve como réus Lúcia Regina Mendonça Bastos, Benedita de Araújo Melo, e
Carlos Alberto da Silva Santos, todos acusados de, por intermédio de
pistoleiros, terem planejado e executado a morte do marido de Lúcia Regina
Mendonça. A sessão teve início na última quinta-feira (12), sendo retomada e
encerrada na sexta-feira (13), totalizando 38 horas de duração.
A acusada Benedita de Araújo foi absolvida pelo Conselho de Sentença,
enquanto Carlos Alberto foi considerado culpado e condenado à pena de 12 anos
de reclusão. Já Lúcia Regina teve a pena fixada em 12 anos, sete meses e 20
dias de reclusão. Segundo a sentença, os dois condenados poderão recorrer em
liberdade.
Consta na peça acusatória que, em julho de 2011, os três teriam
planejado a morte do marido de Lúcia Regina. A ex-companheira afirmou que
sofria constantes agressões por parte do marido, o que teria motivado o
planejamento do crime em companhia de Benedita de Araújo. Elas contactaram
Carlos Alberto que, por sua vez, teria acionado dois homens para concretizarem
a morte. O processo dos dois homens corre em separado, segundo a Justiça.
O inquérito relatou que a vítima estava na Loja Tarsotel, no centro da
cidade, quando uma moto parou na porta. O homem que estava na garupa desceu, se
aproximou, e disparou dois tiros na cabeça da vítima para, em seguida,
empreenderem fuga. No decorrer da investigação, a polícia apurou que a vítima
era casada com Lúcia Regina desde 1994, tendo com ela duas filhas. Foi apurado,
ainda, que Lúcia Regina havia registrado dois boletins de ocorrência, alegando
ser vítima de violência doméstica praticada pelo marido, desde o ano de 2003.
Relata a denúncia que Lúcia Regina e Carlos Alberto teriam se encontrado
uma vez em Chapadinha para acertar detalhes do crime, momento em que Carlos
ligou para um dos executores e afirmou que o valor do serviço seria de R$ 50
mil. A polícia desvendou o crime após realizar, sob autorização judicial, a
interceptação dos telefones dos acusados.
Além da magistrada presidente do Tribunal do Júri, a sessão contou com
os promotores Denis Lima Rego, Benedito de Jesus Nascimento e Carlos Augusto
Soares na acusação. Na defesa dos réus, os advogados Erivelton Lago, Jogundo
Ferreira Franco Filho, Eduardo Ferreira Bringel e Vitor de Sousa Lima.
Por TJMA