O caso aconteceu no último sábado, em Samambaia. O autor, que estava foragido, confessou o crime e deve responder por homicídio qualificado.
Foragido desde a noite do
crime, o homem que matou a facadas a jovem Anne Mickaelly, 22 anos, se
apresentou à polícia nesta terça-feira (9/1), acompanhado do advogado. Ele
confessou o assassinato e disse que estava sendo ameaçado pela vítima. A
jovem foi morta a facadas no rosto e no pescoço, no último sábado (6), na QR
519, em Samambaia.
De acordo com as investigações, o responsável, de
46 anos, que não teve a identidade divulgada pela polícia, trabalhava vendendo
churrasquinho na porta de casa e era vizinho de Anne. O autor declarou que, na
noite do crime, a menina teria se aproximado da família e soltado fogos para
anunciar que mataria o homem e a família. Descontrolado, ele teria pego a faca
de trabalho, usada para cortar as carnes, e deferido os golpes contra a
jovem.
Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) foram acionados, mas Anne Mickaelly morreu no local. Ela era do
Maranhão e tinha apenas uma tia que mora em Brasília, mas não mantinham
contato.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Joás
Borges, o investigado e a família eram próximos da vítima. "O autor contou
que, a princípio, acolheu a jovem, que frequentava a casa e era amiga da filha
dele. Quando soube que a Anne teria problemas com drogas, a família começou a
se afastar. Foi a partir disso que ela teria começado a difamar a família,
mandar fotos de armas e ameaçá-los constantemente", explicou.
A polícia não informou se a vítima tinha
antecedentes criminais e também não revelou outras detalhes para, segundo o
delegado, não atrapalhar as investigações.
A hipótese de que o assassinato teria como razão um
pedido de casamento feito por Anne à filha do autor do crime, de 23 anos, foi
descartada pela polícia. "A própria filha do autor negou qualquer
relacionamento com a vítima", afirmou Joás.
O Correio entrou em contato com o
tio da vítima, Antônio José Moneiro, 34 anos, que refutou a versão do autor.
Ele relatou que antes de se mudar para Brasília, Mickaelly morava na mesma casa
que ele e os avós. "Ela era uma menina querida", contou.
Segundo Antônio, a sobrinha retornou algumas vezes
à terra natal e passou temporadas com a família. Ele confirmou que a jovem era
lésbica e disse que ela mantinha relação amorosa com a filha do assassino.
"Ela foi para Brasília na sexta (5/1) para reencontrar a parceira.
Tentamos impedí-la, pois o pai da menina não aprovava. Ela era a única ameaçada
nesta história", lamentou.
O homem não tinha passagens pela polícia e foi
liberado após prestar esclarecimentos. Ele deve responder por homicídio
qualificado por motivo fútil. O caso ainda está sendo investigado pela 32ª DP
(Samambaia Sul).