Em delação
premiada, o ex-diretor da Andrade Gutierrez Flávio Barra disse que entre R$ 4
milhões e R$ 5 milhões em propina foram repassados ao senador Edison Lobão
(PMDB) pelas obras de Angra 3; em Belo Monte, o repasse teria sido de R$ 600
mil e entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, no período em que o pai,
hoje presidente da CCJ do Senado, foi ministro de Minas e Energia; além da
família Lobão, também são alvo da nova fase da operação Lava Jato o ex-senador
Luiz Otávio Campos (PMDB-PA), ligado ao senador Jader Barbalho; além deles,
também são investigados no mesmo inquérito os senadores Renan Calheiros
(PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO)
A operação Leviatã, nova
etapa da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira, 16, com autorização do
ministro Edson Fachin, teve entre seus subsídios a delação premiada do
ex-diretor da empreiteira Andrade Gutierrez Flávio Barra.
Entre
os alvos principais da operação estão o filho do senador Edison Lobão (PMDB),
Marcio Lobão, e o ex-senador Luiz Otávio Campos (PMDB), ligado ao senador Jader
Barbalho, também do PMDB.
A
Andrade Gutierrez foi integrante do consórcio construtor de Belo Monte. Segundo
Flávio Barra, entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões foram repassados ao senador
Edison Lobão (PMDB) pelas obras de Angra 3 e R$ 600 mil da hidrelétrica.
A
propina de Belo Monte teria sido entregue em espécie na casa de Márcio Lobão,
no período em que o pai, hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça
do Senado foi ministro de Minas e Energia. Lobão comandará a sabatina de
Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal. Se tiver o nome aprovado na
Casa, Moraes será o revisor da Lava Jato no STF.
No
inquérito, são investigados, além de Lobão e Barbalho, os senadores Renan
Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal investigam, neste inquérito,
se foi feito pagamento de propina de 1% sobre o valor dos contratos assinados
pelas obras de Belo Monte a partidos políticos envolvidos na liberação do
projeto da hidrelétrica. A suspeita é de que as empresas que integram o
consórcio responsável pela obra fizeram o pagamento.
Ainda
em sua delação, o executivo da Andrade Gutierrez disse que a propina em Belo
Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB – percentual sobre o valor do
contrato.