O presidente do Senado Renan Calheiros
(PMDB-AL) decidiu nesta segunda-feira (9) manter a tramitação do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. A decisão foi anunciada
horas após o presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anular a sessão de 17 de abril que
aprovou a admissibilidade do impedimento da presidente e remeteu o processo ao
Senado.
Após
o anúncio de Calheiros, senadores governistas se revoltaram e começaram a
discutir com o presidente da Casa, que foi obrigado a suspender a sessão por
dois minutos.
—
Vou suspender a sessão para que vocês gritem em paz.
Com
a decisão, fica mantido o cronograma do processo de impeachment no Senado.
Ainda hoje será lido em plenário o parecer aprovado sexta-feira (6) pela
Comissão Especial, que recomenda a abertura do processo.
E,
na quarta-feira (11) o plenário vota o relatório. Se for aprovado — por maioria
simples —, a presidente é afastada imediatamente do cargo, por até 180 dias,
até que o processo seja finalmente julgado.
Calheiros
criticou a postura de Maranhão e comparou o documento enviado hoje pelo
presidente interino da Câmara, um ofício, com aquele remetido ao Senado em 18
de abril, uma resolução.
—
O precedente [da votação do impeachment] de 1992 ocorreu exatamente com a
comunicação da autorização da Câmara ao Senado Federal por meio de um oficio, e
não por meio de uma resolução. Como poderia dizer que aquela comunicação
[de 1992] valeu, e que a atual de 2016 não teria valido?
Calheiros
classificou a decisão de Maranhão de “absolutamente intempestiva” e afirmou
que, se a aceitasse, seria “brincar com a democracia”.
—
Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido
com o atraso do processo.