RIO — Apesar de reconhecer que “os testes de segurança das urnas
eletrônicas fazem parte do conjunto de atividades que garantem a
melhoria contínua deste projeto”, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
não fará nenhum antes das eleições de outubro. Desde 2012, aliás, quando
uma equipe de técnicos da Universidade de Brasília (UnB) simulou uma
eleição com 475 votos na urna eletrônica e conseguiu colocá-los na ordem
em que foram digitados, o tribunal não expõe seus sistemas e aparelhos à
prova de técnicos independentes. Mesmo assim, continua a afirmar que
eles são seguros e invioláveis.
Para especialistas em computação, o
TSE se arrisca ao dispensar as contribuições e os ajustes que poderiam
florescer em testes públicos independentes e erra ao adotar uma postura
de extrema confiança em relação a seus sistemas de registro, transmissão
e contagem de votos. Muitos lembram que, recentemente, até mesmo as
comunicações da presidente Dilma Rousseff foram rastreadas pela Agência
de Segurança Nacional (NSA) americana.