O resultado do recente IDHM mostra que houve um aumento nos índices da renda, longevidade e Educação. Apesar do crescimento, a população do interior e até de algumas capitais permanece pobre.
Em alguns lugares, incluindo dois do Maranhão, o caso é de
extrema pobreza. Miséria absoluta marca a vida dos maranhenses residentes em
Majará do Sena e Fernando Falcão. Ao lado deles espalham-se outras cidades em
que campeiam a fome e o abandono humano.
Os índices medidos mostram um quadro cruel e desalentador. Mas
os responsáveis pelos levantamentos esqueceram apenas de mostrar que enquanto milhões
padecem de fome, um grupo de famílias bem pequeno vive nababescamente do
dinheiro público usurpado da população de miseráveis.
A causa do entrave, da ausência de boas políticas públicas, de
saúde e educação de qualidades, da ausência de saneamento básico e
infraestrutura louvável tem nome: corrupção.
Neste momento, por exemplo, enquanto milhões passam fome, não têm
transportes e nem escolas dignas, hospitais e água de qualidades, prefeitos e
familiares vivem bem. Sãos os donos do mundo. Como é toda regra, sim, existem
exceções.
Mas no Maranhão chega ao cúmulo do absurdo. Enquanto famílias
paupérrimas lutam para se agasalhar em casebres de palhas, familiares de
prefeitos estão adquirindo apartamentos e casas de luxos nas áreas mais nobres
da cidade.
Quando a família cata no matagal algo para comer no grotões do
Maranhão e em diversas outras cidades, parentes e os próprios prefeitos estão
comendo do bem e do melhor em suas fazendas.
É raro não encontrar um cidadão que se eleja prefeito alegando
que ficou pobre com os gastos de campanha e em pouco tempo comece a esbanjar
riqueza. O patrimônio multiplica como em um passe de mágica.
São eles os gestores das cidades que determinam onde os recursos
serão aplicados. Geralmente aplicados numa só família e que se dane o resto.
Temos exemplos assim na maioria dos municípios maranhenses. A maioria cada vez
mais pobre e uma minoria cada vez mais rica.
Por isso os indicadores das cidades do nosso estado são
vergonhosos. Mas geralmente os dedos dos mais espertos apontam como culpados de
tudo os governo federal e estadual. E esquecem da base. Não lembram da
responsabilidade que tem cada prefeito com sua gente e sua cidade.
O pior é que não se conhece até hoje nenhum gestor municipal que
tenha sido penalizado com a indisponibilidade de seu patrimônio construído à
base de roubo e corrupção. Existem apenas a intenção, mas eles sempre ficam com
aquilo que surrupiaram. Lamentável!
Fonte: Blog Luís Cardoso/Edição Alexandre Cunha